De acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 80% das instituições fundadas no Brasil fecham as portas em menos de dez anos de atuação. Dentre elas, 20% encerram suas atividades após um ano de funcionamento somente. Nesse cenário, podemos confirmar a existência de comportamentos e ações fadados ao erro, sendo os fatores determinantes para o fracasso e a impossibilidade de avançar em meio a multidão. Sendo assim, compreenda como a falta de planejamento e visão de mercado pode ser um grande empecilho na vida dos empreendedores.
Os desafios de se manter forte no mercado
Existe alguma semelhança nas trajetórias das entidades sobreviventes às crises e mudanças de panoramas econômicos? Afinal, manter um estabelecimento ativo por mais de cinco anos é algo raro no país. Quem dirá por mais de 10, 20 ou 30? Contudo, não podemos contar com um mapa 100% confiável ou segredo para o triunfo longínquo de determinados negócios, além de muito estudo, trabalho e perseverança. Dentro da nossa realidade atual, adaptar-se ao novo tornou-se indispensável.
Nesse sentido, é necessário se reinventar a cada transformação, pois a vida é uma constante aprendizagem e quem fica estagnado, perde. Seja no mercado de trabalho, de tendências, ou mesmo da economia. “Temos observado uma geração de jovens com um outro entendimento sobre como conciliar a profissão com a vida pessoal. A percepção sobre o home office e experiências internacionais são apenas dois exemplos. Sem mudanças e evolução, nós, como líderes, vamos enfrentar problemas de adaptação a essas exigências”, pontua Matthias Schupp, CEO da Neodent.
Além disso, é fundamental deter funcionários e uma infraestrutura capaz de lidar com a transição digital. Logo, a alta liderança é a principal responsável por compartilhar com o quadro suas decisões e previsões.“A essência dos bons negócios está na união das pessoas com um objetivo em comum: o de fazer dar certo. Eu chamo isso de ‘One Team’. Por essa razão, o ponto focal das empresas são, sim, os colaboradores e o quanto eles se sentem parte do negócio. Trabalhar para um objetivo pessoal pode ser o gatilho para iniciar um empreendimento, mas não para mantê-lo”, ressalta Schupp.
Cinco dicas para inovar sempre!
Para se destacar em 2023, é preciso apostar na inovação a fim de ganhar competitividade e assumir a liderança no mercado. Esse comportamento é a melhor alternativa para atingir uma promissora solução nos momentos de crise. Nesse contexto, muitos executivos já estão cientes sobre as vantagens de seguir o caminho da constante modernização. Pensando nisso, elencamos cinco dicas para conquistar o sucesso no mundo corporativo. Confira!
- A inovação retém crises: nos períodos turbulentos, é comum as firmas serem mais cautelosas e segurarem os investimentos. No entanto, estudos comprovam como a aposta contínua nas inovações pode resultar em uma média 10% melhor em meio a concorrência em momentos de turbulência. Segundo dados da Mckinsey, durante a crise financeira de 2009, quem seguiu esse caminho obteve um aproveitamento de aproximadamente 30% a mais nos rendimentos, evidenciando os líderes e continuando a crescer nos anos seguintes. “A pandemia foi um grande exemplo. Vimos o surgimento de vários novos modelos de negócios, experiências e serviços. Quem estava atento e preparado, saiu na frente”, comenta Marina Cassino, Head de Open Innovation na The Bakery Brasil.
- Priorize os investimentos com retornos rápidos: essa conduta focada nos ganhos a curto e médio prazo para as corporações proporcionam uma menor resistência dos executivos para avançar, pois são oportunidades mais tangíveis das quais trazem um retorno claro rapidamente. “Isso acontece, em grande parte, porque mudam os mercados e o comportamento do consumidor e, portanto, quem continua fortalecendo a inovação se mantém atento a essas modificações, conseguindo agir mais rápido”, complementa a especialista.
- Tenha clareza sobre a influência da transformação: muitos planos são deixados de lado pela falta de compreensão sobre os seus benefícios e retornos. Por isso, antes de começar um teste ou direcionar recursos relevantes, é indispensável a percepção sobre os prós e contras dessa ação. De maneira prática: liste as dimensões de impacto pertinentes para o seu negócios, atribua uma nota para cada uma delas de acordo com a iniciativa na qual se pretende implementar, e veja se os ganhos são relevantes o suficiente para seguir adiante. Caso decida seguir em frente, defina qual é a pergunta norteadora do experimento e determine quais são as hipóteses a serem comprovadas. A partir disso, mantenha a execução com disciplina e foco nos indicadores.
- Use a cultura organizacional estrategicamente: para manter a consistência, é preciso ter bem desenvolvidas as dinâmicas internas e externas da organização. Essa linha de pensamento garante uma experiência e capitação mais eficiente, alcançando uma resolução de problemas mais ágil por parte do time. "Com uma nova mentalidade, as pessoas começarão a não só terem mais habilidades para trabalhar a inovação, mas levar isso para o dia a dia de seus processos e áreas, enxergando os desafios de forma diferente e buscando possibilidade de melhoria. Isso fará a empresa ter mais flexibilidade e resiliência para lidar com as adversidades", explica Marina.
- Amplifique seus meios de atuação: é extremamente vantajoso fazer um bom uso da captação de recursos com agências de fomenta, programas do governo ou até mesmo parcerias com outras companhias e institutos de pesquisa. Existem diversas alternativas para receber um apoio financeiro, benefícios fiscais e modelos de trabalhos com os talentos envolvidos com a vida acadêmica em prol de mais modernização. "Para se ter uma ideia, existem editais onde todo - ou quase todo - o capital necessário para testes com startups é financiado com esse tipo de recurso, e o estabelecimento precisa somente se comprometer com a execução das testagens. Ou seja, são mecanismos essenciais dos quais todo gestor da inovação necessita entender e saber acessar", finaliza o Head de Open Innovation na The Bakery Brasil.
Em suma, a base de um negócio promissor é a cultura organizacional. Por meio dela, é possível contar com o comprometimento de pessoas com valores iguais e vontade de crescer junto com o coletivo. Afinal de contas, a essência mantém a consistência do estabelecimento ativo por muito tempo!
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