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Inadimplência no ensino superior cresce; alunos pontuais dão dicas de como manter em dia o orçamento familiar

Água, luz, telefone, impostos, supermercado, plano de saúde, dentista, farmácia e mais uma dezena de contas de consumo rotineiras compõem a cesta de despesas de qualquer família paulistana. Inserida nesse contexto está uma faixa da população que é sinônimo de "dureza": os estudantes. Com o orçamento familiar cada vez mais apertado, eles se vêem obrigados a trabalhar, fazer estágio e, de quebra, conseguir bolsas de estudo para se manter em dia com o pagamento da faculdade - uma tarefa que, infelizmente, tem se tornado impossível para 30,3% dos estudantes que ingressam em instituições de ensino superior da região metropolitana de São Paulo, de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Semesp). Atentos a esse movimento e brigando para não engrossar a lista dos inadimplentes, alguns estudantes "conscientes" tentam - a todo custo - auxiliar a família a não entrar no vermelho para pagar a mensalidade da faculdade. Há até quem opte por sacrifícios pessoais para não afetar o orçamento familiar. Esse é o caso da estudante de ciências biológicas do Mackenzie, Denise Cardoso de Oliveira, de 22 anos. Bolsista do programa Escola da Família e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ela abdicou do final de semana de diversão para receber o desconto integral na faculdade. "O ritmo de vida de uma estudante bolsista não é fácil. Trabalho das 8h às 13h no Instituto Botânico, no meu projeto de iniciação científica, depois vou para a faculdade, onde fico até o início da noite. Evito gastar dinheiro com várias conduções, por isso, vou de ônibus para casa e, nos finais de semana, ainda trabalho no Escola da Família, para ter direito à bolsa integral na faculdade. Hoje em dia, estudar é muito caro. No caso do meu curso, seriam mais de R$ 900,00 só de mensalidade. No final das contas, acaba faltando pique para sair com os amigos no sábado ou no domingo e ainda economizo esse dinheiro", conta Denise. A futura bióloga não é a única a se impor sacrifícios pessoais para ajudar a família a bancar sua educação. O estudante de jornalismo Geoffrey Scarmelote, de 20 anos, logo que entrou na faculdade, trabalhava para dar o menor número de despesas extras para os pais. Só que o estudante não contava com um fator externo: o desemprego. "No período em que fiquei sem emprego, eles me bancaram integralmente. Mas, sabia que era muita coisa. Quando você entra na faculdade, passa a ter mais gastos com transporte, trabalhos e eles tinham de bancar tudo isso", conta o futuro jornalista, que mora na Liberdade, no Centro. A saída para que Geoffrey aliviasse os R$ 798,00 que a Cásper Líbero cobra, mensalmente, foi procurar alternativas dentro da própria faculdade: uma bolsa de estudos para quem trabalha para a instituição. Atualmente, ele é o bolsista responsável por editar a revista institucional da Fundação Cásper Líbero e, em troca, recebe um desconto de 100% no valor da mensalidade. "Se estivesse trabalhando em outro lugar, receberia um salário, por isso fiz um acordo com meus pais. Eles me dão um tipo de mesada, em troca do desconto integral na faculdade. Foi a melhor saída que encontrei", explica o estudante. Economizar também virou a palavra de ordem dele. "A gente precisa encarar a faculdade como um tipo de investimento. São tantas as despesas que é preciso conter os gastos. Por exemplo, deixei de alugar filmes em locadoras, pego os disponíveis gratuitamente na faculdade. Quando vou ao cinema, prefiro o conveniado com a Cásper, porque é mais barato. Não deixei de sair com os amigos, mas quando queremos nos divertir, vamos em grupo, porque a conta depois é dividida entre várias pessoas e sai mais barato", aconselha. A designer Fabiana Martines Daniel, de 19 anos, também entrou de cabeça na maratona da economia para bancar os estudos. A "correria" para pagar a escola começou antes mesmo de ela ingressar na faculdade. "Um dia, meu pais falaram que se não arrumasse um emprego, eles não teriam condição de continuar pagando a escola. Ainda estava no curso técnico em publicidade e tive de correr atrás de um estágio", lembra a estudante, que ingressou no mercado de trabalho no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube). Depois disso, foi efetivada e hoje trabalha no departamento de marketing do Nube e banca, sozinha, o curso de design gráfico no Centro Universitário Belas Artes. "No começo, pagava metade e meus pais a outra metade. Agora, consigo pagar tudo, ajudar em contas de casa e, quando sobra dinheiro, ainda poupo", comemora a estudante que investe no futuro e aconselha seus colegas a ficarem atentos com suas despesas: "telefone é uma coisa que a gente costuma gastar muito, se tiver controle e planejamento do que é possível fazer com o dinheiro que ganha, fica mais fácil de evitar a entrada no vermelho", diz.

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