Sua companhia costuma colocar a saúde dos colaboradores como pilar da atuação? Cada vez mais, manter uma empresa no topo do mercado não depende apenas de uma boa remuneração e benefícios relevantes. Hoje, é preciso compreender a humanidade presente nos vínculos institucionais. Erguer laços firmes constrói uma base sólida para o desenvolvimento organizacional. A partir dessa relação de respeito e confiança, ganha-se automaticamente o engajamento. Segundo uma pesquisa realizada pela Gympass, 85% dos entrevistados decidem seu futuro profissional com base na oferta de bem-estar pela entidade. Ou seja, valorizar o funcionário não se trata somente de um agrado, porém necessidade. Quer descobrir como se alinhar a essa demanda? Acompanhe a matéria a seguir!
Carência pelo bem-estar no trabalho
No mundo corporativo, engajar uma equipe até seu potencial máximo é o principal objetivo de qualquer estabelecimento. Empreendedores almejam encontrar estratégias capazes de reduzir custos e aprimorar a efetividade. Frequentemente, essas ações são atribuídas a avanços tecnológicos, como a implementação de assinatura digital ou o uso de robôs dinâmicos em chamadas. No entanto, o segredo para o sucesso está nas próprias pessoas e na qualidade de suas relações. “O envolvimento resulta em melhorias efetivas, com efeito de ganha-ganha entre todos os agentes. Pessoas com uma rotina saudável são mais produtivas e aperfeiçoam o desempenho empresarial”, explica o CEO da GoGood, Bruno Rodrigues.
De acordo com um estudo recente conduzido pelo Gympass, 83% dos empregados no Brasil consideram o bem-estar tão importante quanto o seu salário. Isso indica uma crescente preocupação dos trabalhadores com sua própria qualidade de vida, diminuindo o número de quem enxerga sua existência como uma dedicação exclusiva ao trabalho. Não surpreendentemente, 85% dos entrevistados afirmaram estar propensos a permanecer em um cargo se a empresa priorizasse esse aspecto. Além disso, 77% consideraram até deixar o emprego caso o empreendimento negligencie a sua vitalidade. "Discutir o tema ‘saúde mental’ ainda é um grande tabu na sociedade. Por isso, pode motivar um desalinhamento entre pessoas e organizações", pontua o CEO da Korú, Daniel Spolaor.
Com o surgimento da pandemia de Covid-19, o mundo laboral foi profundamente afetado. Diante do cenário de isolamento social, a solução foi migrar para o ambiente virtual de forma definitiva. Nos últimos três anos, o remoto abalou os laços, enfraqueceu as relações e teve um impacto negativo no psicológico de muitas equipes. Conforme uma análise realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), com a participação de 13.903 estudantes, 69,89% afirmaram ter sofrido abalos mentais devido às consequências da pandemia. No entanto, o problema não se limita apenas à propagação do vírus. “A relação das pessoas com o próprio bem-estar se transformou de maneira absurda. Isso se estende a diferentes domínios da vida”, complementa Rodrigues.
Impacto do cotidiano laboral
Quando observada na teoria, a segurança psicológica, presente no discurso organizacional, representa a confiança nas equipes, garantindo um tratamento pautado no respeito. Dessa forma, opiniões genuínas não devem sofrer punições ou rejeições – somente comentários. No entanto, ao analisar a aplicação prática dessa ideia, percebe-se uma realidade completamente oposta. Infelizmente, muitas corporações ao redor do mundo não se preocupam em promover esse ideal, mesmo com todos os seus benefícios. Esses ambientes propagam uma cultura de coerção e imposição, responsável por minar a individualidade dos colaboradores e enfraquecer seus talentos. “Deve-se agir em combate a essa mentalidade e investir na saúde mental dos colaboradores. Isso significa manter uma equipe mais equilibrada, focada e feliz”, destaca Spolaor.
Consoante um levantamento realizado pela Faculdade de Harvard (Massachusetts, EUA), 61% dos funcionários afirmaram sentir pressão para esconder algum aspecto de sua identidade durante o expediente. Isso demonstra como os negócios, por meio de sua rigidez irreverente, obrigam os colaboradores a usar uma máscara, ocultando suas verdadeiras personalidades e protegendo-se, a um alto custo, da toxicidade do ambiente institucional. Essa situação impossibilita o desenvolvimento de opiniões próprias e a expressão transparente delas. A constante preocupação de não ser bom o suficiente ou inadequado pode levar a uma quebra das expectativas em relação a uma cultura de pertencimento colaborativo.
A falta de segurança psicológica não pode ser atribuída como uma falha individual. Quem coloca a responsabilidade dessa condição na ausência de habilidades interpessoais do colaborador, ignora a influência das instituições na equação. Trata-se de um subproduto de culturas organizacionais onde os relacionamentos são extremamente horizontais e sem nenhuma profundidade. Portanto, não é hora de ficar de braços cruzados, porém buscar aprender e reavaliar as práticas laborais de gestão de segurança no trabalho. É preciso jogar a teoria na prática. “O desenho de programas de saúde mental tem se intensificado no mercado. Isso contribuirá para elevar o nível de aprendizado das organizações sobre o assunto, ajudando na forma como o RH lida com essas questões”, revela Spolaor.
Como valorizar o bem-estar
Para reverter a situação destacada, é crucial reservar um momento para revisar alguns conceitos fundamentais na operação do seu negócio. Para alcançar uma vantagem competitiva, não é necessário gastar grandes quantias de dinheiro ou redesenhar completamente a estrutura de uma instituição. Pelo contrário, é preciso seguir algumas tendências básicas capazes de aperfeiçoar a eficiência dos colaboradores. A fim de atingir esse processo de renovação, algumas atitudes são essenciais para virar a chave e seguir adiante. Veja algumas abaixo:
Revise conceitos fundamentais: reserve um momento para revisar os princípios e valores responsáveis por nortear a operação do seu negócio. Questionar se estão alinhados com os objetivos e propósitos internos.
Siga tendências básicas: identifique e adote tendências para aprimorar a eficiência dos colaboradores. Fique atento às inovações e mudanças no mercado. Desse modo, será possível impulsionar o desempenho da equipe.
Promova o senso de pertencimento: crie um ambiente de trabalho onde os colaboradores se sintam parte integrante e valorizada. Estimule o engajamento e a identificação com a labuta, permitindo a expressão de opiniões e contribuições.
Encoraje a diversidade de pensamento: abra espaço para novas perspectivas e ideias, sem medo de retaliação. Cultive um ecossistema inclusivo, onde a diversidade de pensamento seja valorizada e estimulada.
Lide com erros e problemas de forma construtiva: estabeleça uma cultura de aprendizado contínuo, onde erros sejam vistos como oportunidades de crescimento e os problemas sejam enfrentados de maneira colaborativa. Acolha a colaboração e a busca por soluções eficazes.
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