Os acontecimentos dos últimos anos demonstraram como o “planejamento” é um recurso insuficiente para garantir a resiliência dada à complexidade e à imprevisibilidade do futuro. Na verdade, o realmente necessário é ampliar a capacidade de imaginação, elaboração de contextos e investimento consistente em habilidades com o intuito de uma reação coerente e consistente. No geral, a tecnologia foi de enorme auxílio a vida humana quando se trata da sobrevivência aos desafios impostos pela pandemia, transformando a forma como a sociedade trabalha e vive. Ao mesmo tempo, alimentou o crescimento de empasses consideráveis em cenários de capacitação das organizações. Contudo, a inovação se mostra, cada vez mais, constante e necessária, se expandindo em 2023. Se mantenha a par do assunto!
O cenário de modificação no Brasil
De acordo com números da consultoria IDC Brasil, a migração acelerada dos negócios para o ambiente digital gerou uma receita de R$44 bilhões para o setor de software no Brasil em 2021, representando um aumento de 32,5% quando comparado com 2019, no período pré-pandemia. O dado reforça o crescimento dos investimentos no mundo digital nos últimos anos, os quais, com o período de isolamento social, se tornaram cada vez mais necessários.
“Um grande diferencial no mercado tem sido a otimização e boa gestão de processos aliados a um ambiente digital e dinâmico. No entanto, muitas empresas não sabem nem por onde começar a transformação para o mundo on-line”, reforça Ricardo Lepper, fundador e presidente da SoftExpert.
Tendências para esse novo ano
Dentre as inovações mostradas nos últimos tempos e as novidades ainda por vir, certas tendências chamam a atenção para o ano de 2023 e já estão em percurso. Estar por dentro delas e suas funcionalidades é crucial para se manter atualizado e, consequentemente, não ficar para trás da concorrência. Nesse sentido, seis ferramentas em questão se destacam.
- Segundo pesquisa do Gartner, 88% dos conselhos já reconhecem a segurança cibernética como um dos principais riscos de negócios e empecilhos de resiliência empresarial, não como um risco eminentemente técnico. O Ransomware hoje é algo organizado, profissional e sofisticado, com marketing, marketplace digital e estruturas financeiras aprimoradas. Muitas entidades sofrem ataques diários e esses são crescentemente voltados aos componentes mais críticos da firma, como as áreas comerciais e industriais, visando a paralisação do funcionamento, cujo custo justifica a demanda por resgates muito mais relevantes. Nessas circunstâncias, as alternativas de soluções exclusivamente técnicas não são suficientes para prevenir os incidentes ou garantir a recuperação rápida.
- O volume de informações geradas e disponíveis, a complexidade dos ambientes em diferentes TI’s, plataformas e tipos de nuvens, bem como o diferencial necessitado pelo seu tratamento, exigem a ampliação do uso de ferramentas de análise e Inteligência Artificial, juntamente com uma nova disciplina de “DataOps”. “Sem arquiteturas empresariais robustas e seguras, além de disciplina para captura, armazenamento, tratamento, contextualização e interpretação, é difícil garantir a qualidade e confiabilidade dos dados e escalar a produção de insights. Muitos projetos falham em decorrência de um planejamento pouco estruturado e alinhado com as demandas do negócio, pela falta de preparação adequada dos elementos, pela definição falha dos data-lakes, dos fluxos de trabalho ou falta de escala/capacidade na solução de IA”, explica Sergio da Motta, líder de Kyndryl Consult.
- Os casos de uso do 5G privado irão além da Indústria 4.0, o setor de varejo é provavelmente a próxima grande fronteira. Os campos de manufatura, petroquímica, mineração, siderurgia e agricultura iniciaram e devem acelerar a implementação de redes sem fio privadas, baseadas em tecnologia 4G e 5G, para melhor monitorar suas operações, incrementar a seguridade e eficiência, eliminar os gaps de cobertura, além de proporcionar reduções de custos. Outros setores estão amadurecendo casos de uso e, no comércio, a expansão da conectividade criará as condições para a próxima geração de vivência de compra, com integração das techs de identificação dos consumidores, checkout inteligentes, pagamentos sem contato, promoções dinâmicas, experiências de imersão (Realidade virtual, Metaverso), etc.
- A formação de trabalhadores e atualização de skills será prioridade para os clientes de mainframe. Os elevados custos da plataforma e os ciclos mais longos para o progresso de soluções pressionam os fregueses na direção de migrar seus aspectos e aplicativos para soluções em nuvens públicas e privadas. Apesar da expansão e amadurecimento das low-code/no-code para viabilizar o acesso aos conhecimentos, a limitação de capacitação e disponibilidade de especialistas em novas linguagens de programação e informática, limita o avanço dos projetos de modernização. Pesquisas recentes apontam como 33% dos skills presentes em posições em 2017 não eram mais precisos em 2021. Em contrapartida, 10% dos novos são necessários todo ano para execução de uma simples atividade, levando-nos a uma necessidade da busca constante de novos métodos de aprendizagem.
- O sucesso do recrutamento e retenção dos melhores empregados no mundo do trabalho híbrido depende da experiência digital dos candidatos e funcionários. O local de atuação remota se modificou para um ambiente omnichannel, onde os atuantes são mais engajados e produtivos quando podem escolher os canais de sua preferência para se envolver e colaborar nas entidades. “Nos próximos anos, as experiências digitais ocuparão o primeiro lugar na lista de motivos para se eleger um lugar para se trabalhar, além de afetar a retenção”, pontua o executivo. De acordo com uma pesquisa da Qualtrics, os contratados são 230% mais engajados e 85% mais propensos a permanecer além de três anos em um mesmo espaço laboral se tiverem o suporte certo.
- O modelo Distributed Cloud preconiza a distribuição dos workloads em diferentes localidades para atender a requisitos de soberania, conformidade e desempenho, bem como dar suporte para a computação de borda (Edge Computing), enquanto a ação, governança e evolução dos serviços seguem gerenciados centralmente pelo provedor de nuvem pública. “Vale destacar como soberania é um tema amplamente debatido e passa a ser uma das tendências do uso de cloud nos próximos anos, seja pelas regulações regionais e locais, ou pelo compliance estabelecido pela instituição”, esclarece.
Logo, fica claro como a inovação já está batendo à porta e é preciso se render a mesma. “Não tenho dúvidas de como 2023 será de desafios e oportunidades. Investir em capacitação para as tendências descritas acima pode ser uma receita para ajudar as instituições a se prepararem e lidarem com a imprevisibilidade do próximo ano”, finaliza Motta.
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