Falar de comportamento no contexto organizacional não é mais um papo exclusivo do RH — é uma questão de sobrevivência emocional e até de desempenho nas empresas. O conceito vai além da autoconfiança e envolve o reconhecimento do próprio valor, além da capacidade de lidar com críticas e da forma como o profissional se relaciona com colegas e líderes.
Autoconfiança no ambiente profissional: como ela se constrói?
Segundo o pesquisador de comportamento do consumidor e empreendedorismo, Dr. Antônio Oliveira Jr, ela funciona como um comportamento, e pode ser tanto global quanto focado em aspectos específicos da vida. “A autoestima é uma atitude e as pessoas podem tê-la em relação a um objeto como um todo ou uma parte, essas seriam as ‘autoestimas específicas’. As características de uma ação incluem elementos cognitivos, os pensamentos sobre uma coisa em particular, por exemplo, e ativos, com direção e intensidade positiva ou negativa”.
Ou seja, a forma como o trabalhador enxerga a si mesmo influencia diretamente na maneira como ele age, aprende e entrega resultados. Conforme pesquisas da APA (American Psychological Association), cerca de 90% dos profissionais confiantes de habilidades eram mais propensos a alcançar objetivos. Além disso, companhias com investimento em treinamentos de autoconfiança reportaram um aumento de 24% na produtividade geral.
No caso contrário, é preciso definir estratégias para impulsionar os membros mais inseguros do time, evitando sua estagnação. “Comece mostrando os pontos positivos, ponha a pessoa para cima. Quanto aos quesitos a melhorar, pontue como ela pode resolver isso, porque a grande questão é não ficar reclamando ou remoendo o problema, mas sim solucioná-lo. Quando agimos, nos sentimos melhor e atingimos resultados”, complementa Antônio.
Essa abordagem conecta diretamente com o conceito de inner skills — ou habilidades internas —, as quais envolvem o autoconhecimento, inteligência emocional e capacidade de adaptação. Segundo um estudo da Deloitte, essas competências são consideradas tão essenciais quanto as hard skills no mercado atual.
Valores pessoais e segurança emocional: onde tudo começa
A segurança psicológica no trabalho depende também de um fator muitas vezes negligenciado: o alinhamento de princípios entre colaborador e empresa. “Em todas as situações da nossa vida, somos guiados pelos nossos valores. Isso a gente traz muito de casa, do nosso íntimo, então, quando entendemos isso, procuramos empresas e relacionamentos profissionais ou pessoais com o mínimo de aderência às nossas crenças. Isso acaba mantendo a nossa individualidade, então você não vai ficar em um lugar onde os seus conceitos não sejam correspondidos”, observa Edgard Nienkotter, CEO da Hexa IT.
Esse encaixe entre identidade pessoal e cultura organizacional tem impacto direto no engajamento. De acordo com dados da Gallup , quando um funcionário se identifica com a empresa, ele é 4,6 vezes mais propenso a se envolver e realizar suas tarefas com excelência.
Confiança vem da vivência e do reconhecimento
Desenvolver altivez também é um processo contínuo de aprendizado e valorização das trocas no dia a dia. “Eu sempre busco adquirir conhecimento e informação de todas as pessoas ao meu redor, desde os meus colegas até o meu supervisor, meu chefe, sempre absorvendo o máximo possível dos seus ensinamentos. Esse conhecimento adquirido ao longo do tempo me dá confiança para realizar as minhas atividades e tarefas no dia”, exemplifica Bernardo de Mello Nies, Estagiário do Network Operations Center da HexaIT.
Esse tipo de postura é reforçada por estratégias de educação corporativa e mentorias, vistas como ferramentas de estímulo à confiança e retenção de talentos, fundamentais para as organizações e vantajosas para os próprios membros da equipe.
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