O estágio costuma ser a primeira oportunidade da maioria dos jovens no mercado. No entanto, esse momento pode ser aproveitado ao máximo para diversos fins, inclusive explorar potenciais aplicados em outros momentos da trajetória, como a liderança. É possível se preparar para posições de decisão desde o começo? Confira agora, neste Minuto Carreira.
A capacidade de gestão pode ser intrínseca ao seu perfil, mas isso não descarta a possibilidade de desenvolvê-la ao longo da vida - talvez esteja latente pela falta de boas chances para aprimorar ou até por não ter tido inspiração. Alcançar o topo pode parecer impossível, mas diversos CEOs de grandes companhias, como a Ambev e a BMW, começaram como estagiários.
Consolidar um plano de carreira é uma tática para alinhar as intenções de cada colaborador de forma saudável, traçando o caminho a ser percorrido dentro daquela organização. “Entenda quais habilidades técnicas eles precisaram adquirir para conseguir um cargo alto, as soft skills desenvolvidas, como lidam com os conflitos ou são proativos na hora de uma tomada de decisão. Se veja como um líder e aja como um, até você alcançar essa posição”, indica a mentora e CEO, Kelly Evangelista.
A nova geração chega com muita ambição e vontade de crescer. Contudo, muitas vezes se mostra despreparada para essas funções. A melhor maneira de se tornar apto é estagiando - vivendo uma etapa por vez, é possível ter acesso a todo o conhecimento necessário antes de abraçar uma grande responsabilidade.
As demandas do estagiário de acordo com a legislação
Essa fase é pensada para experimentar. Arquitetado para ser conciliado com os estudos, o ato educativo escolar supervisionado serve, além de aplicar a bagagem adquirida em sala de aula, para conhecer de perto o campo de atuação do curso escolhido. A modalidade é flexível em diversos aspectos, como a remuneração e o home office. Também facilita a possibilidade de transitar entre as tarefas delegadas, sendo essas relacionadas ao conteúdo acadêmico, como previsto na lei 11.788/2008.
“No estágio, você tem o grande privilégio de poder atuar em várias áreas para descobrir com qual você mais se identifica, então esteja sempre em contato com os líderes de diversos setores e seja um aprendiz”, reforça Kelly. A proximidade com os gestores é essencial para se aproximar de aprendizados mais amplos, e deve ser uma via de mão dupla, considerando a importância de um vínculo entre diretor e coordenado para manter a motivação e produtividade.
A carga horária para alunos do ensino médio, técnico ou superior deve ter duração máxima de 6 horas diárias e 30 semanais; para estudantes dos dois últimos anos do fundamental na modalidade profissional da Educação Para Jovens e Adultos (EJA) o tempo é reduzido, sendo de 4 horas diárias e 30 semanais. O contrato é chamado de Termo de Compromisso de Estágio (TCE) e tem duração máxima de dois anos, exceto para pessoas com deficiência. Aproveite esse tempo para aprender o máximo possível e aperfeiçoar suas skills!
Como identificar a liderança no meu perfil?
Segundo pesquisas, existem três características básicas inerentes ao perfil de um bom dirigente: empatia, experiência e estratégia. Em um comando exemplar de equipe, os espaços devem ser conquistados junto a todos os outros membros. Isso porque o sucesso de um negócio é construído de forma conjunta e todos devem colher bons resultados.
Parte fundamental é saber delegar e instruir sua execução, preparando cada indivíduo para enfrentar desafios com autonomia. Um representante exemplar promove uma cultura organizacional positiva e mantém seus contratados como aliados, acreditando na necessidade de cumprir cada regra estabelecida.
Para a Geração Z, já é observada uma disparidade em relação à anterior, com uma metodologia de comando e controle. Agora, preferem um modelo inclusivo com a voz ativa de todos - entretanto, esse formato impacta uma demora na tomada de decisão, como observado no estudo da Deloitte. Já o levantamento feito pela Harvard Business Review revelou apenas 34% dos profissionais almejando assumir cargos de chefia, isso devido à preocupação em conciliar vida laboral e pessoal.
Novos perfis de líder para o futuro das corporações
A mudança geracional começa a exigir a transformação das diretorias. Conforme um relatório da consultoria McKinsey, em 2025, os jovens de hoje serão 25% da força operária global. Outros aspectos, como a valorização da saúde mental, pauta em ascensão desde a pandemia, transformam a relação com o ambiente corporativo a partir dos princípios de manter o bem estar no dia a dia.
De acordo com o estudo realizado pela consultoria de recrutamento Michael Page, oito em cada dez funcionários pedem demissão por causa de comportamentos do chefe. Esse impacto também é observado na desmotivação, evidenciando ainda mais a necessidade de uma gerência equilibrada e coerente. Por isso, a gestão humanizada se mostra ideal para conduzir pessoas com excelência. A governança pelo exemplo e o trabalho colaborativo são outros métodos para manter o time engajado. Na análise feita pela Selpe, em parceria com a Expertise, apenas 42% dos chefes entrevistados conhecem o seu próprio propósito. Assim como 13% entendem o dos seus liderados e 58% da corporação.
Nas empresas, a realidade é outra, sendo necessário dar um maior destaque ao tema ‘propósito’ por parte delas. Somente 1/3 das gestões disseram trabalhar em companhias as quais valorizam o objetivo dos seus servidores. Todas essas competências podem ser ampliadas e adaptadas por qualquer decisor, para qualquer grupo. Imprescindível mesmo é estar alinhado às intenções da firma e saber transmiti-las ao grupo, guiando com empatia.
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