Muitas vezes nos vemos executando as ocupações no modo automático, até a sobrecarga se tornar constante. Porém, é imprescindível estar satisfeito com a esfera laboral, pois ela ocupa a maior parte da nossa semana. Se deixar levar pelas frustrações pode afetar outras áreas e comprometer o bem estar físico e mental. Neste Minuto Carreira, entenda como os profissionais enxergam a relevância de manter a felicidade no trabalho.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde mental como "um estado de bem-estar no qual o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de dar uma contribuição para sua comunidade". Assim, vemos a importância de estarmos equilibrados para lidar bem com as demandas da vida profissional.
A psicanalista Ana Tomazelli, idealizadora do Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino (Ipefem), especializado em saúde socioemocional, falou sobre a relevância de valorizar todos os ofícios e desempenhar funções com alegria. “A primeira coisa é ver todo encargo como bem vindo, digno e importante. Saber a importância das atribuições no mundo e o impacto de como a gente vai desempenhá-la vai fazer toda a diferença, inclusive pra gente conseguir progredir na carreira”, comenta.
Prezar pelo próprio serviço é o primeiro passo para enxergar os pontos positivos dele. Além disso, deve-se diferenciar o cansaço da insatisfação total. Reservar um tempo para si mesmo ou até tirar aquelas férias do papel, podem ser alternativas contribuintes para aliviar essa estafa. Conforme o International Stress Management Association (ISMA-BR), 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse.
Trabalhar feliz pode atrair novas oportunidades
É comum para os recrutadores, gerentes e decisores em geral, estarem sempre atentos a bons perfis e indivíduos com potencial. Dessa forma, mostrar proatividade, educação e entusiasmo ao realizar suas obrigações pode abrir os caminhos para outra vaga pretendida. “Muitas vezes eu já contratei quem me tratou muito bem, me ofereceu um sorriso, um atendimento de maior cortesia, de maior gentileza. Aquela pessoa fez algo relativamente simples tão bem, se mostrou comprometida e fez sentido convidá-la para um processo seletivo numa outra posição, muitas vezes até superior”, relata a psicanalista.
Por isso, é fundamental para os funcionários, principalmente aqueles no começo da trajetória, aproveitar todos os cargos ocupados ao longo de sua trajetória e levar essas experiências para as futuras vagas. Nos processos seletivos, também é relevante destacar todas as vivências. “Não importa o nível, se você está começando, se ainda está numa profissão fora do almejado, faça do melhor jeito possível, com um sorriso no rosto e entregando o seu melhor, e com certeza a recompensa vem”, afirma Ana.
Como os líderes podem evitar a frustração dos colaboradores?
Aos gestores, cabe manter a motivação e renovar o ciclo no qual ele está inserido, seja designando novas missões ou traçando novos objetivos. A depender do perfil de cada colaborador, pode ser necessário mantê-los em constante desafio e desenvolvimento, sempre fomentando atividades diversas e projetos em andamento para estimular constantemente.
Todavia, ainda é essencial analisar se a organização promove uma atmosfera saudável de produtividade e cobrança, se a liderança pressiona dentro dos limites considerados normais ou se o clima da empresa é tóxico e precisa ser revisto em prol da saúde dos trabalhadores. Caso essas barreiras sejam ultrapassadas, é válido procurar outra direção. A carreira pode ser vista como algo adaptável e não como algo estático. Profissionais de RH apontam a possibilidade de pessoas experientes serem colocadas frente a novos desafios e aprendizados, despertando um novo olhar sobre a própria capacidade e suas inspirações.
Hoje, os parâmetros de saúde trabalhista e carga mental no dia a dia são diferentes. Cada vez menos as pessoas querem “viver para trabalhar”. Isso se deve aos grandes índices de burnout, síndrome do pânico e até depressão devido à relações nocivas no meio corporativo. De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos brasileiros sofrem com a Síndrome do Esgotamento Profissional. Em razão disso, os limites de aceitação estão se transformando cada vez mais.
Também é fato: trabalhadores felizes se desempenham melhor. Uma pesquisa da Harvard Business Review revelou 31% mais produtividade, 85% mais eficiência e 300% mais inovação em colaboradores satisfeitos. Incentivar a boa relação entre a equipe também é uma tática válida para diminuir a pressão no cotidiano.
Servidores preocupados com outras áreas da vida, como finanças e família, rendem menos em suas funções. Logo, é de responsabilidade da gerência ter empatia e praticar uma gestão humanizada, considerando a influência das emoções sobre o rendimento. O ambiente em si também pode ser pensado para possibilitar dinâmicas de convivência e descanso entre o time e proporcionar mais satisfação.
Os feedbacks também são uma boa alternativa para evitar dúvidas e inseguranças sem fundamento. O retorno sobre as tarefas pode nortear as próximas execuções e alinhar as expectativas. Não obstante, é indispensável manter os aspectos positivos: experimente a técnica do sanduíche, intercalando elogios e críticas para evitar a desmotivação.
Proporcionar momentos de descontração na rotina também é preciso para criar vínculos e estabelecer conexões entre os integrantes.Realizar dinâmicas em grupo, jogos, brincadeiras e happy hours podem ser inseridos semanalmente no dia a dia, desacelerando o fluxo de produção de forma benéfica - essa é uma estratégia adotada por muitas empresas hoje em dia. Bonificações ao fim de entregas difíceis, comemorações de aniversário e até homenagens pelo período de colaboração na firma podem ser outras maneiras de engajar e prestigiar os contratados.
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