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“Além de presumirem que por ter tatuagem e por pintar o cabelo com cores incomuns eu usava drogas, já passei por situações de assédio, conta Carla D´EliaLocal: São Paulo, SP

Trabalhar em equipe, ter boa qualificação profissional, experiência na área e competência parecem ser suficientes para conquistar uma vaga de emprego, certo? Nem sempre. Infelizmente muitos recrutadores exigem mais em um processo seletivo: aparência. Segundo uma pesquisa realizada neste ano pela consultoria Etnus, 67% dos profissionais negros acreditam que perderam uma vaga de emprego por conta de sua cor.

Além da cor da pele, ser mulher, a idade, peso, tipo de cabelo, piercing e tatuagem também estão entre os itens eliminatórios de um processo seletivo. Carla D’Elia, fundadora da Expresse Consultoria de Idiomas e professora de inglês, sabe bem a dificuldade de se encaixar no mercado de trabalho. “Durante uma entrevista para dar aula em um curso pré-vestibular, o entrevistador disse que embora meu teste tenha sido excelente eu, como mulher, não teria pulso suficiente para segurar uma sala com 150 alunos”, lembra ela.

Desenhos pelo corpo também podem ser um problema para profissionais. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em agosto do ano passado passou a proibir que órgãos públicos excluam dos concursos candidatos tatuados, pode até demonstrar um certo avanço no tema, mas na prática é bem diferente.

Uma pesquisa publicada pela Skinfo.com, chamada Tattoos in the workplace the good, the bad, and the ugly (Tatuagens no local de trabalho, o bom, o ruim e o feio, em português), revela que 37% dos diretores de RH dos Estados Unidos dizem que a tatuagem é “um fator limitador de carreira”; 42% responderam ainda que a tatuagem em local de trabalho é inapropriada em colaboradores de qualquer idade.

No Brasil, o Núcleo Brasileiro de Estágios – Nube entrevistou futuros gestores e perguntou a jovens entre 15 e 26 anos se contratariam tatuados para trabalharem em suas empresas: 25% responderam que dependeria da função do candidato e 12% disseram que contratariam apenas se o desenho não for muito visível.

Dani Krugets, empreendedora de nail art da marca TrigasNails, sofreu preconceito no mercado de trabalho desde o início de sua carreira. Com sua primeira tatuagem feita aos 14 anos, aos 20 ela sentiu (literalmente) na pele o que é ser julgada apenas por ter um estilo que foge da maioria. “Trabalhava com construção civil e tatuagem era sinônimo de rebeldia, marginalidade e promiscuidade. Acreditavam que eu era uma mulher mais acessível só por ter desenhos pelo corpo”, explica ela.

Carla reforça a mesma sensação. “Além de presumirem que por ter tatuagem e por pintar o cabelo com cores incomuns eu usava drogas, já passei por situações de assédio”, conta. “Queriam saber se podiam ver todos os meus desenhos, como se meu corpo fosse mais acessível só por ser tatuado”, completa.

O preconceito é um mecanismo de defesa. Desde pequenos aprendemos a confiar em quem se parece conosco e nos passa segurança. Essa ideia nos acompanha, inclusive, no mercado de trabalho. Procuramos sempre outros membros de nossa “tribo”, pessoas semelhantes a nós, por isso o ambiente corporativo se tornou homogêneo. Apesar dos avanços, o profissional precisa ser considerado por sua competência – e não por padrões de beleza. E assim seguimos na busca pela priorização de valores e pela liberdade de sermos como queremos ser.

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