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A estudante Jordana Roberta Capistrano, de 25 anos, cursa Direito em uma universidade privada em João Pessoa e, somente após três anos em sala de aula, conseguiu a oportunidade de estagiar na área. Apesar de trabalhar cerca de seis horas por dia e exercer funções que, inclusive, competem a um advogado formado, a universitária recebe um rendimento mensal inferior a um salário mínimo. Além de vencer as barreiras para entrar no mercado de trabalho, os alunos ainda precisam enfrentar o desestímulo de ganhar salários bem baixos.

“Deixei currículos em várias empresas. O número de vagas é muito pequeno para a quantidade de estudantes que estão todos os dias procurando por trabalho. No meu caso, foi bem difícil, mas já estou aqui há quase dois anos e o período do meu contrato termina agora em julho”, disse. Jordana, assim como os demais colegas que trabalham com ela em um órgão público, recebe uma bolsa de apenas R$ 300 por mês, e mais uma ajuda para transporte que não chega a R$ 60. “O salário não dá nem para cobrir parte da mensalidade e tenho que recorrer aos meus pais, que bancam esse custo”, lamenta.

Um levantamento realizado pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) demonstrou uma realidade bem distante daquela observada no Estado. A pesquisa “Valores pagos aos estagiários do Brasil”, realizada na primeira quinzena de abril, revela uma média de bolsa-auxílio paga por empresas de pequeno, médio e grande porte de R$ 805,84, para trabalhadores que cursam nível superior. As entrevistas alcançaram 12.140 estagiários de diferentes graus de escolaridade de todo o país. Os participantes foram contratados a partir de 26 de setembro do ano passado ou já tiveram contratos adaptados conforme as regras da nova legislação.

O estágio de Jordana encerra em julho próximo e a conclusão do curso na universidade está previsto para o final deste ano. Mesmo com a experiência, as chances de engatar um contrato no órgão, como profissional já formada, são remotas, segundo ela, que fica em um setor responsável por esclarecer dúvidas do público acerca dos direitos do consumidor. “Adquiri muito conhecimento e sei que a minha área vai ser mesmo Direito do Consumidor, porém não tenho expectativa de continuar”, conta.

A média geral paga por estagiário no país é de R$ 705,96. Estudantes do ensino médio recebem, em geral, uma ajuda de R$ 421, e os de nível médio técnico têm salários de R$ 467,16. Já para superior, o rendimento passa para R$ 805,84 e para superior tecnológico, R$ 707,07. Em João Pessoa, pelo menos duas empresas fazem a ligação entre os estagiários e as empresas, que são o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) e o IEL (Instituto Euvaldo Lodi) Paraíba.

A diferença entre a média nacional prevista pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) revelada na pesquisa e salário da universitária de curso de Direito Jordana Roberta Capistrano é de mais de R$ 400. “Pelo que conheço, os estagiários que ganham cerca de R$ 700 são de tribunais e procuradorias, mas a concorrência é absurda. Eu fiz a seleção para ingressar na Justiça Federal no ano passado, mas não obtive êxito justamente porque há muitos candidatos”, esclarece.

O estudo também aponta que a maior parte dos estagiários se concentra entre a faixa de 19 e 23 anos, com 52% de representatividade. A média geral da bolsa-auxílio para esse grupo é de R$ 600,38. A pesquisa considerou, ainda, o sexo, apontando os homens como maioria (56,77% do total), com uma média de R$ 831,00, enquanto as mulheres recebem R$ 759,00.

O supervisor de unidades de operação do Centro Integrado Empresa Escola na Paraíba (CIEE-PB) Euler Sales disse que a média do valor das bolsas para estagiários no Estado varia entre R$ 400 e R$ 550, de acordo com a área e a empresa contratante. “Essa média mostrada pelo Nube leva em consideração os Estados da região Sul e Sudeste, onde realmente isso acontece. Na Paraíba, os estagiários recebem até R$ 550 para uma jornada de seis horas semanais, conforme estabelece a lei”, explica.

A assessoria de comunicação do Nube informou que a média de bolsa auxílio no Nordeste é de R$ 595,92, sendo que para nível superior é de R$ 651,44, superior tecnólogo é de R$ 525, ensino médio gira em torno de R$ 400 e médio técnico fica em R$ 350.

De acordo com o presidente do Nube, Carlos Henrique Mencaci, houve pouca diferença no valor das bolsas em relação à última pesquisa desenvolvida pela instituição, há um ano. Ele acredita que as empresas entenderam os benefícios na contratação de jovens e continuam investindo em talentos para adaptá-los conforme o perfil da organização. As regras para contratação de estagiários sofreram significativas alterações com a publicação da nova lei de estágios, que entrou em vigor em 26 de setembro de 2008.

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