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Bar da Zona Sul antecipou abertura para aproveitar público que foge do trânsito.
Diretoria de empresa orienta funcionários a não marcar reunião no horário de pico.


O aumento dos congestionamentos em São Paulo está mudando os hábitos de grande parte dos paulistanos. Empresas, escola e até bares decidiram alterar seus horários para se adaptar aos novos costumes das pessoas, que tentam a todo custo evitar as longas filas no trânsito da capital paulista.

O bar Seo Gomes, na Zona Sul, antecipou o horário de abertura por causa do público que sai do trabalho e prefere esperar o trânsito melhorar antes de seguir para casa. Agora, as portas do estabelecimento já estão abertas às 17h. “Quando a gente montou o bar, percebeu que, se abrisse às 19h, o 'happy hour' ia enfraquecer, já que ele é mais forte nessas primeiras horas”, diz o gerente Demitri Assali, de 33 anos.

De acordo com ele, o trânsito faz com que as pessoas cheguem mais cedo no local, por volta das 17h30, e saiam depois das 21h. É o caso de Sérgio Medrano, de 37 anos, que trabalha com compras. “A gente sai do escritório com a intenção de ficar até as 18h, mas acaba estendendo por causa do trânsito”, conta.

Arnaldo Pedace, de 50 anos, que trabalha com recursos humanos, também opta por esperar com os amigos em um bar até a lentidão diminuir. “A gente costuma passar por aqui nas sextas justamente para aproveitar que o trânsito é pior. Geralmente, nós ficamos até umas 20h, que é o horário que o trânsito começa a melhorar”, afirma. Na última sexta-feira (28), os amigos chegaram ao local por volta das 17h30, assim que deixaram o escritório. 

A analista de vendas Vívian Buontempi, de 24 anos, foi ao bar com duas amigas do trabalho, mas colocou uma condição: que elas fossem embora depois do horário de pico. “Eu falei que, se for para ficar, é melhor sair às 21h. Se eu sair agora [por volta das 18h], chego em casa 19h30, ou mais”, diz. 

Para esses paulistanos, é muito mais agradável esperar algumas horas - e aproveitar para colocar o papo em dia com os amigos - do que enfrentar as longas filas de veículos nas vias de São Paulo. “Até agora, não passou nenhum motoboy aqui buzinando”, brinca Medrano.

 
Mudança de horário

No Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube), localizado no Centro da capital paulista, a diretoria orienta os funcionários a não marcar reunião no horário de pico e preferir agendar os encontros depois das 10h e entre 14h e 16h. “Achamos melhor adotar essa postura. Eu mesmo já perdi várias reuniões marcada às 8h ou às 9h”, conta o diretor-presidente da empresa, Seme Arone Júnior, de 41 anos.

Para evitar novos problemas, Arone Júnior diz que, quando o cliente insiste em reuniões no horário de pico, ele sai com antecedência de casa. “Este ano, saí de casa [na Zona Oeste] às 6h para uma reunião às 8h na Zona Sul. Cheguei cedo, deu tempo de tomar café lá do lado e ler o jornal. Foi melhor assim, porque, se saísse às 7h, não daria tempo”, diz.

Quando o encontro é à noite, ele diz que prefere dar um tempo em algum lugar, um barzinho ou shopping, para não voltar para casa no horário de pico. “Tenho uma reunião nesta segunda (31) às 16h30 na Zona Sul e já combinei com o cliente de depois irmos comer uma pizza para não pegar trânsito na volta”, afirma.

O Nube também decidiu que só abrirá novos escritórios perto de metrôs para dar uma alternativa de transporte aos funcionários, o próximo será entre as estações São Joaquim e Vergueiro, da Linha Azul. Segundo o diretor-presidente, eles perceberam que os funcionários que moram na Zona Leste de São Paulo têm sofrido mais atrasos neste ano por causa dos constantes congestionamentos.

A produtora Comando S Audio, que fica na Zona Oeste, adotou um horário flexível para os funcionários não ficarem presos nos engarrafamentos. “Os funcionários reclamavam que não conseguiam chegar no horário aí decidimos começar depois das 10h e vamos até 19h30”, diz o dono da produtora, Serginho Rezende, de 37 anos. 

Ele mudou até o horário de chegada da cozinheira, porque ela, que mora na Zona Sul, estava tendo problemas com o trânsito. Com a mudança, o horário do almoço na produtora mudou de 12h30 para 13h30. A faxineira passou a chegar uma hora mais cedo, mudou das 8h para 7h e também sai antes do horário de pico, às 16h.

“Acho que as pessoas devem ter tempo para a vida própria além do trabalho. Se não o funcionário fica mais estressado e a empresa perde com isso”, avalia Rezende. Ele costuma marcar reuniões das 10h às 12h e das 14h às 16h.

 
Atraso em escolas

Nem escolas ficam imunes aos problemas no trânsito, porque têm que se adaptar ao horário dos pais. O Colégio Global, que fica em Perdizes, na Zona Oeste, há cerca de dois anos estendeu seu horário de fechamento das 18h30 para as 20h, porque os pais tinham dificuldade para chegar no horário.

Com os recordes de lentidão registrados neste ano, a escola está percebendo que voltaram a acontecer atrasos dos pais dos alunos e já pensa na possibilidade de ampliar para as 20h30 seu horário. “Este ano piorou de vez, tem gente tendo muita dificuldade para chegar e liga pedindo para esperarmos. É provável que a gente ofereça o serviço até 20h30”, contou a diretora Eliana de Barros Santos, de 55 anos.

Para que os alunos não fiquem ociosos enquanto esperam seus pais, a escola oferece atividades recreativas, aulas de esportes e até jantar entre as 17h40, quando terminam as aulas, até as 20h. Segundo a diretora, dos cerca de 280 alunos da educação infantil, metade permanece na escola até as 19h. O colégio conta com serviço do berçário até o ensino médio e possui cerca de mil alunos.

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