A diversidade é amplamente reconhecida como um impulsionador de inovação e crescimento sustentável. No entanto, a inclusão intergeracional ainda é frequentemente deixada de lado nos debates sobre o tema. Conforme pesquisa realizada pela Robert Half, embora alguns avanços tenham acontecido, 70% das empresas ainda carecem de indicadores claros para medir o progresso de suas ações, enquanto muitos ambientes corporativos continuam marcados por preconceitos relacionados à idade.
Etarismo e ambientes corporativos
Para o CEO da Labora, Sergio Serapião, um local verdadeiramente inclusivo exige conscientização sobre etarismo e treinamentos contínuos. “A discriminação inconsciente muitas vezes passa despercebida, mas afeta diretamente a eficácia de equipes multigeracionais”, ressalta. Em 2023, 80% das organizações não tinham métricas para monitorar iniciativas de inclusão dos mais velhos, embora 23% tenham demonstrado interesse em desenvolvê-las. Em 2024, o índice caiu, evidenciando progressos, mas ainda deixando lacunas consideráveis.
De acordo com o levantamento, 77% das companhias não possuem ações específicas para ampliar a diversidade etária em seus processos de seleção. Ainda assim, iniciativas como treinamento para minimizar vieses inconscientes (11%), divulgação em plataformas de pluralidade (10%) e programas de contratação afirmativa para 50+ (6,5%) estão sendo exploradas. Quem já implementou processos seletivos inclusivos relatou resultados positivos, com 81% avaliando-os como eficazes.
Contudo, em cerca de 25% dos empreendimentos, os profissionais acima de 50 anos representam menos de 5% de sua força de trabalho. Além disso, 38% das corporações desconhecem dados sobre interseccionalidades envolvendo idade, como a presença de pessoas LGBTQIA+, indicando uma lacuna significativa na gestão do assunto.
A colaboração entre diferentes gerações enfrenta desafios como conflitos de valores (32%) e dificuldades de comunicação (29%). Entre as soluções apontadas pelas entrevistadas, destacam-se a criação de espaços promovendo o convívio entre a equipe (23%), programas de mentoria (22%) e formação de times intergeracionais (13%). No entanto, 45% das organizações ainda não adotaram medidas concretas para fomentar essa interação.
É preciso inserir os mais velhos nas equipes
Conforme estudo da Allianz Trade, integrar trabalhadores entre 65 e 69 anos seria capaz de reduzir em até 75% a lacuna gerada pelo envelhecimento populacional. Isso resultaria em uma queda no declínio da população economicamente ativa nos 27 países da União Europeia, de -13,4% para -3,3%.
Ações para fomentar a inclusão intergeracional se tornam cada vez mais urgentes. Mesmo com a aposentadoria dos Baby Boomers, a força de trabalho em 2040 será mais envelhecida: 14% dos colaboradores terão entre 60 e 69 anos, ante os 9% de hoje. A inclusão etária também demanda um olhar estratégico para o compartilhamento de conhecimento entre gerações. “O sucesso empresarial depende de uma cultura de aprendizado constante e disposição para mudanças por parte de todos os integrantes”, reforça o estudo.
Com o avanço da tecnologia, a necessidade de qualificação será ainda mais evidente. Inovações como a Inteligência Artificial (IA) exigirão agilidade e atualização permanente. Para reter jovens talentos, é crucial repensar estilos de liderança, além de oferecer oportunidades de desenvolvimento para profissionais de todas as idades. Manter colaboradores experientes é uma mensagem clara para atrair novas gerações.
Diversas medidas podem ser tomadas para essa prática de sucesso. Isso envolve reorganizar horários, fluxos de trabalho e oferecer opções como modelo remoto. Combater preconceitos, conscientes ou não, é igualmente essencial. Por fim, o relatório enfatiza a importância de entender os diferentes estilos de comunicação, cooperação e feedback entre gerações e culturas.
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