Iniciar a carreira e seguir uma área de estudo, de fato, sempre será um desafio. Afinal, não se trata apenas de inscrever-se em vagas ou em uma universidade. Nesse sentido, existe um grupo de indivíduos caracterizados pelo afastamento das duas vertentes. Porém, ele tende a trazer dificuldades pessoais e sociais. Logo, o auxílio correto, proposto por instituições é uma medida efetiva para reduzir a porcentagem desses participantes. Então veja, nesta matéria, como o apoio à educação e profissionalização são essenciais para diminuir a Geração Nem-nem.
O que é a Geração Nem-nem?
Geração refere-se a um conjunto de sujeitos com características similares. Nesse caso, a Nem-nem engloba jovens, entre 14 a 24 anos, os quais nem estudam, nem trabalham. De acordo com os dados divulgados pela Agência Brasil, eles somam 7,1 milhões de indivíduos, ou seja, 36,6% dessa faixa etária. Além disso, conforme a pesquisa do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, eles são 60% do sexo feminino, a maioria com filhos e, 68% pretos e pardos.
Quais são os motivos de existirem pessoas na Geração Nem-nem?
Na Pnad Contínua de 2022, compartilhada pelo IBGE - Instituto Nacional de Geografia e Estatística, quando perguntado sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado a escola, as razões se dividiram. Como fator prioritário foi a necessidade de trabalhar (40,2%), apesar de nem sempre conseguirem arrumar emprego. A gravidez (22,4%) e a obrigação de realizar tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) foram outras razões relatadas com frequência entre as mulheres.
Segundo Sofia Carvalho, diretora e educadora da associação Movimento Futuro, ainda existem causas a serem observadas. “As escolas não preparam o estudante para refletir sobre quais caminhos ele verdadeiramente gostaria de seguir na sua vida. Temos ainda outro ponto: a desigualdade social. Os jovens inseridos em comunidades periféricas têm mais dificuldades em visualizar qual o seu lugar, seu papel no mundo, de adequar-se e, consequentemente, de conseguir um trabalho sonhado”, observa a especialista.
Os projetos educacionais e o incentivo aos estudos são fundamentais para superar a Geração Nem-nem
Ao considerar esse déficit dentro das instituições educacionais, Sofia apresenta o objetivo do projeto Movimento Futuro. “Levar reflexão para o ambiente escolar e trazer à tona aquela conhecida pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”, pois pensar sobre isso é importante. Essa questão desenvolve o autoconhecimento do aluno, autoestima, fala sobre suas origens, seu território, as tomadas de decisões e inúmeros outros conteúdos responsáveis por elucidar a escolha da carreira.
Por isso, não é segredo, a busca por conhecimento é uma ação indispensável para compreender o seu lugar! “Vá atrás dos estudos, para conseguir melhores oportunidades de trabalho e encaixar-se com mais facilidade nas vagas”, aconselha Jhady Lisboa, uma das participantes do Movimento Futuro.
Outra forma de incentivar o grupo é o acesso às vagas de estágio. Isso porque a modalidade exige do participante a presença regular em uma entidade formadora para ocupar a posição no mercado. Logo, estimula diretamente o desenvolvimento nos dois âmbitos e também proporciona uma remuneração ao estagiário para auxiliar no processo de formação acadêmica. “Ele é a chance de experimentar, entender se realmente gosta daquela área de atuação, perceber quais são seus pontos fortes e onde precisa melhorar”, complementa Sofia.
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