A saúde mental é uma pauta presente no cotidiano dos indivíduos. No meio laboral, onde trabalhamos com capacidades mentais e físicas, preservar esse quesito se torna uma preocupação essencial. Contudo, não é um dever apenas do colaborador, seja ele aprendiz, estagiário ou líder, manter esse zelo, mas sim, contar com políticas da própria entidade para assegurá-lo no ambiente corporativo. Nesse sentido, principalmente em setembro, enfatizar o cuidado com a equipe tende a fazer a diferença. Então veja, nesta matéria, de quais maneiras as corporações podem abordar essa temática.
Entenda o panorama da saúde mental no Brasil
As pesquisas encontradas mostram números preocupantes! De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, somente no Brasil, a quantidade de pessoas, as quais retiraram a sua própria vida, cresceram 11,8% em 2022 em comparação com 2021. Nesse sentido, destaca-se a relevância de manter o mês de conscientização para a prevenção do suicidio. Logo a dedicação sobre o assunto no período denominado como Setembro Amarelo, o qual vigora desde 2015, é maior. Mesmo assim, ainda é preciso estar sempre atento e mantendo os princípios de preservação na cultura organizacional da companhia.
Já para voltar o foco da atmosfera corporativa, a Síndrome do Burnout é uma patologia também constantemente enfrentada pelos cidadãos. Conforme um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 47,3% dos trabalhadores apresentaram sintomas de ansiedade e depressão. Desse total, 27,4% possuem os dois distúrbios ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% abusaram do consumo de bebidas alcoólicas, 42,9% tiveram mudanças nos hábitos de sono e 30,9% foram diagnosticados ou precisaram tratar de doenças mentais em 2020.
Em suma, tudo isso contribuiu para o aparecimento do Burnout. Assim, a partir de outro estudo, feito pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), foi detectada a presença dessa doença em aproximadamente 30% dos colaboradores brasileiros. Ademais, de acordo com os especialistas, se o crescimento desse percentual continuar na mesma medida, daqui a 20 ou 30 anos, ela poderá se tornar uma epidemia na população.
Para as empresas é de extrema relevância manter essa preocupação dentro das políticas
Em uma pesquisa da Kenoby, 93% dos profissionais de Recursos Humanos (em empresas de até 500 colaboradores) relataram como as corporações ainda ignoram a saúde mental no ambiente corporativo. Porém, em outro estudo de 2022 da Global Learner Survey, 92% dos brasileiros disseram como priorizam as companhias com algum tipo de serviço ou programa voltado a essas questões.
Aplicar a atenção e investir recursos para aprimorar a experiência interna da instituição, além de ser uma tendência, é indispensável para manter o nome com um bom funcionamento. Nesse sentido, a ausência dessas medidas trazem consequências negativas. Conforme as informações divulgadas pelo Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, esse tópico está relacionado com a lucratividade. As doenças mentais geram um impacto econômico global de cerca de US$ 1 trilhão em perda de produtividade.
Entenda como abordar e promover ações sobre saúde mental nas empresas
Apesar de delicada, essa conversa entre a companhia e o quadro de funcionários é de extrema relevância. Dessa forma, Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma, deixa cinco orientações valiosas:
- Promova ações sociais
Promover engajamento em interações sociais pode ser uma maneira inteligente e efetiva para estimular os colaboradores a buscarem formas de cuidar da saúde mental e ajudar outras pessoas da comunidade. Algumas sugestões são implementar parceria com ONGs - Organizações Não Governamentais e instituições apoiadoras de projetos voltados para a prevenção do suicídio; participar de campanhas de arrecadação voluntária de fundos; estimular o voluntariado em comunidades carentes; criar materiais informativas e campanhas de sensibilização, eventos culturais e artisticos ou publicações nas redes sociais e implantar programas internos de apoio e aconselhamento.
- Crie atividades on-line
Para a entidade com as equipes remotas ou híbridas, ou até mesmo presenciais com diferentes sedes, a dica é adaptar as ações para o virtual. Entre as alternativas sugeridas, estão: a apresentação de webinars e palestras on-line sobre o tema. Criar grupos de apoio e campanha de compartilhamento de histórias para incentivar os participantes a falarem sobre suas vivências e desafios de forma voluntária. Essa atitude pode ajudar a desmistificar o assunto e gerar empatia. Sessões de meditação, terapia ou relaxamento, momentos de descompressão e desafios de bem-estar também são boas maneiras de tratar a pauta de forma leve e participativa.
- Espalhe frases e mensagens do Setembro Amarelo na empresa
Apostar em frases motivacionais e de valorização à vida podem ser bons mecanismos para promover a data e conscientizar o time, dentro do ambiente físico das empresas. Caso seja a distância, proponha para o quadro utilizar elementos amarelos em suas estações de trabalho em casa e, nas comunicações digitais, aplicar banners e cartazes de apoio.
- Invista em palestras
Palestras com destaque no bem-estar são uma ótima forma de promover a informação e a precaução de forma coletiva. O evento pode acontecer ao vivo ou virtualmente, com profissionais da área de saúde. A Guia da Alma lista alguns exemplos de temáticas, como Valorização da Vida; Síndrome de Burnout; Inteligência Emocional no Trabalho; Depressão no trabalho; Saúde mental no home office, entre outras.
- Faça um kit do Setembro Amarelo e use o endomarketing
Um debate sobre a temática pode ser interessante, principalmente por meio de conteúdos educativos e ações de endomarketing como foco na orientação da relevância de solicitar ajuda. Uma atividade bem interessante é a criação de uma cartilha e materiais compartilháveis entregues entre os colaboradores.
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