O dia 8 de março é um momento voltado para as mulheres e seu papel na sociedade. A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1977, proclamou oficialmente o “Dia Internacional da Mulher”. Desde então, ano após ano, esse marco comemora as conquistas femininas ao longo dos séculos e alerta sobre os graves problemas de gênero ainda existentes pelo globo. Na semana passada, mais uma vez a data foi celebrada e ficou a reflexão sobre a importância de falar sobre elas não apenas nesse dia, como em todos os outros. Sendo assim, compreenda a importância da discussão constante sobre o papel e espaço conquistado por elas ao longo do tempo.
O bem-estar das mulheres na atualidade
Um ponto extremamente relevante é a saúde mental e os desafios psicológicos presentes no cotidiano de todas ou em sua grande parte. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres sofrem muito mais de depressão se comparado com os homens, apresentando uma porcentagem de diagnósticos de 70% versus 30%. Nessa parcela, as jovens, grávidas ou em período pós-parto (puerperal) e idosas englobam a maioria das pessoas com o transtorno, chegando ao índice de incidência 150% superior ao sexo masculino.
Nesse contexto, fica nítido com o bem-estar delas pode afetar não apenas a esfera pessoal, como profissional. “Vale citar também as questões genéticas e hormonais culminantes nessa maior propensão à doenças de saúde mental, outra causa a ser considerada tem origem cultural e social: a enorme carga emocional decorrente do esperado delas, pelo simples fato de ser mulher, implicando em uma demanda excessiva”, pontua a psicoterapeuta, Helen Mavichian.
Inclusive, uma pesquisa do IBGE de 2019 alega como elas não só realizam o dobro do trabalho no lar, como apenas 78% dos homens fazem sua parte. Enquanto isso, 92% das mulheres se encarregam desse serviço. Não podemos esquecer do quesito maternidade, levando em consideração o fato da maioria assumir as tarefas e a responsabilidade de cuidar de suas crianças na maior parte do tempo. O gênero assume o desafio de educar e acompanhar seu filho(a), tornando-se uma figura muito importante no desenvolvimento.
Portanto, as empregadoras precisam estar atentas ao cenário global e fornecer a devida conduta ética e social com essas mães, filhas, tias, avós e esposas.“Encontrar uma maneira de equilibrar as demandas da profissão e as divisões das tarefas em casa é crucial para alcançar a igualdade e uma maior qualidade de vida para o universo feminino”, complementa Helen.
As mulheres no mercado de trabalho
Como bem sabemos, o patriarcalismo reina na maioria dos povos e no Brasil não é diferente. Apesar dos avanços, as raízes dessa cultura ainda permanecem em determinados aspectos da vida. Por essa razão, a igualdade de gênero está em pauta há um tempo e deve ser instigada sempre pelas instituições preocupadas com o seu posicionamento social.
Conforme um estudo realizado pelo Itaú Educação e Trabalho, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, 72% das entrevistadas sinalizaram interesse em cursar Educação Profissional e Tecnológica, enquanto apenas 66% dos homens demonstraram essa intenção. Logo, a formação prática e teórica pode ser de extrema ajuda na inclusão digna do grupo no mercado de trabalho.
Nesse contexto, percebemos como o estudo é uma oportunidade valiosa para a carreira e, principalmente, como ele é capaz de ampliar a diversidade de gênero no meio acadêmico e corporativo. “As mulheres enxergam valor na Educação Profissional e Tecnológica e entendem como ela abre portas. No entanto, ainda hoje temos poucas em formações e cargos dos quais por muitos anos foram vistos como masculinos, sobretudo nas economias verdes e digitais”, comenta Carla Chiamareli, gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho.
Abra espaço para as mulheres!
Segundo dados do IBGE, a taxa de desocupação entre mulheres de 15 a 29 anos é de 19,8%, enquanto entre os homens esse percentual é de 13,8%. Ao mesmo tempo, elas são maioria quando olhamos para as matrículas da EPT de nível médio, com 58% do total, além de ocuparem 34% mais cargos de nível técnico, segundo dados da RAIS de 2021. Com o ambiente corporativo em constante transformação, é preciso fomentar o aumento do número delas em profissões conectadas a todas as novas economias: do cuidado, criativa, verde e digital.
A partir de uma união de esforços envolvendo o estado, as empresas e a sociedade civil, é possível garantir a essas mulheres a oportunidade do primeiro emprego. “A formação profissional é uma etapa da trajetória educativa componente de seus projetos de vida, para seguir aprendendo ao longo dos anos e, ao mesmo tempo, ampliar a possibilidade de protagonismo no meio laboral, pensando em uma sociedade mais igualitária com oportunidades para todos os jovens indistintamente", ressalta Carla.
Torna-se evidente, portanto, a relevância de destacar o gênero feminino na sociedade, pois essa é uma figura de grande força, representatividade e potência. Desse modo, é fundamental estimular todos a pensar mais sobre como podemos ter atitudes práticas em busca de mais apoio mental e de mudanças significativas para a maneira como elas são vistas e reconhecidas no mercado de trabalho. Por meio de um equilíbrio entre a esfera pessoal e profissional, conquista-se uma maior qualidade de vida nesse universo.
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