Já ouviu alguém ser elogiado pelo fato de ter uma postura proativa, "vestir a camisa" da empresa e atuar prontamente na resolução dos problemas? Essas pessoas possuem o senso de dono, isto é, são engajadas o suficiente para agirem de forma autônoma, em prol dos interesses da companhia.
Como consequência, os bons resultados podem ser sentidos por todos e, neste exato ponto, sobrevém o valor do intraempreendedorismo. Em outros termos, a possibilidade de empreender dentro da organização na qual está inserido.
Para te ajudar com esse assunto, o Núcleo Brasileiro de Estágios - Nube preparou um conteúdo explicando os conceitos, vantagens, aplicação prática e, ainda, respondendo o porquê de muitos colaboradores não se saírem bem com a referida atuação. Confira!
O que é senso de dono na empresa?
Amplamente conhecido como ownership, cuja tradução é o sentimento de propriedade, possuir esse espírito, mesmo não sendo o proprietário do negócio, é ter atitude para lutar pela ampliação e desenvolvimento da corporação, tendo em mente o papel significativo desempenhado por sua função.
Para tanto, porém, além da mudança de mentalidade, o empenho prático de liderança também revela-se como componente essencial. Assim, o trabalhador passa a chamar a responsabilidade para si e ajudar na resolução dos impasses cotidianos, provando a sua independência a comandos externos em busca do melhor para a instituição.
O indivíduo realmente entende a necessidade de ir além, prestar um serviço de alto nível e sempre se aprimorar, até porque, conforme o local cresce, ele consequentemente desfruta desse progresso.
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Quais são as características de alguém com espírito de dono?
Captada a sua definição, convém traçar os principais atributos da pessoa possuidora da perspectiva de patrão, veja:
Paixão: por sua atribuição, em regra, o integrante gosta da sua atividade e enxerga a pertinência do seu dever;
Reconhecimento: as virtudes da companhia são levantadas e expostas em tom de gratidão, defesa e aprovação;
Autonomia: a sua tomada de decisão não depende exclusivamente de uma ordem, nem a execução das funções está estritamente atrelada a cobranças;
Criatividade: para ter esse tipo de compostura, o fato de ser criativo e pensar fora da caixa ajuda muito;
Proatividade: há uma ótica apurada para a antecipação e identificação tanto de problemas quanto de soluções, além de um comportamento espontâneo para encontrar saídas e sugerir ideias;
Disposição: não existe espaço em sua agenda para reclamações constantes ou contestações desnecessárias. Em verdade, há prontidão e agilidade;
Flexibilidade: se necessário, as suas tarefas e o seu tempo extra são manejados para atender a necessidade da firma;
Boa comunicação: há um bom desempenho na fala e no posicionamento, seja verbal ou não-verbal;
Relacionamento saudável: tem parcimônia, serenidade e entrosamento com os demais colegas;
Responsabilidade: é latente a consciência de seus atos e das repercussões, sejam elas positivas ou negativas, de modo a assumi-las e não atribuí-las a terceiros.
Natália Bernardo atua na área comercial e, para ela, a oportunidade de evoluir essa competência dentro do empreendimento onde trabalha é bastante positiva, pois adquire bons aprendizados para o seu progresso e, ainda, colabora para o sucesso do negócio. “Para traçar uma boa carreira, é importante ter esse hábito, de forma a contribuir o máximo possível nos resultados”, conta.
Note uma coisa muito importante: ter a perspicácia de proprietário não diz respeito a ser puxa-saco, adular por motivações egoístas e, muito menos, a se intrometer deliberadamente em espaços e circunstâncias nos quais a sua atuação não era necessária. Na verdade, o sujeito, ao partilhar dessas qualidades, reconhece a diferença entre o adequado e o impróprio, o ideal e dispensável, bem como a hora de agir e o momento de manter-se em silêncio.
Quais as vantagens de incentivar o senso de dono dentro da empresa?
A prática em questão trata-se de um comportamento de via de mão dupla. Logo, o chefe e a sua equipe devem caminhar lado a lado e na mesma direção, sempre visando excelentes frutos, os quais podem ser colhidos por todos.
Essa realidade pode ser vista por meio de uma sucessão de fatos. O primeiro deles é o aumento das chances de alcançar a evolução e a maturidade organizacional. Isso porque a atividade conjunta tem muito mais efeito devido à produtividade acentuada. Sabe aquela máxima no sentido de "a união fazer a força"? Essa é a lógica.
Além disso, haverá uma ambiência inspiradora, harmônica e comprometida entre os integrantes dos times. O destaque e a liderança do colaborador geram inspiração aos demais colegas. Conforme o restante do grupo se engaja no mesmo propósito, mais compromisso é gerado.
O empenho por parte do grupo auxilia na sua própria evolução pessoal e qualificação profissional. Assim, na procura por galgar patamares na empresa, novos conhecimentos são adquiridos e talentos poderão ser expandidos e descobertos. Isso tudo servirá como alicerce para a construção da carreira e de atribuição de competências. Com o rendimento elevado, o empregador reconhecerá seus esforços mediante o aumento de salários, o fomento de programas de desenvolvimento técnico e as promoções.
Por que muitos colaboradores não conseguem nutrir esse sentimento de dono?
Falar sobre este tema é empolgante, justamente por conta da performance e dos proveitos conquistados, como anteriormente mencionado. Todavia, existe um ponto de atenção: nem todo mundo consegue incorporar essa atitude e a razão pode estar ligada à cultura do local ou à visão restrita do indivíduo.
É comum encontrar negócios administrados por gente cujo pensamento não comporta inovação. Assim, em vez de estimular a participação ativa de seus assistentes, apenas repassam ordens a serem cumpridas de forma específica e, além do mais, não fornecem as condições necessárias à coparticipação.
Em casos assim, os integrantes ficam sem chances de aprimorar seus sentidos negociais em favor da entidade e colocá-los em prática. Também existem circunstâncias nas quais o responsável é o próprio subordinado. Aqui, os motivos são diversos, podendo estar atrelados a questões emocionais, de personalidade e, até mesmo, falta de referência.
Nesse sentido, alguns fatores prejudiciais são: pensamento pequeno, visão restrita, pessimismo, baixa autoestima, ausência de confiança própria, desmotivação, desinteresse, apego à zona de conforto, falta de ganância, excesso de reclamação e insatisfação, valorização de resultados a curto prazo, afeição à medianidade, entre outros. Se você reconheceu algum desses traços em si mesmo e deseja mudar isso, confira o nosso conteúdo sobre como desenvolver habilidades de liderança, com dicas práticas e fáceis a respeito de como melhorar as aptidões.
Como aplicar a visão de dono do dia a dia da empresa?
Realmente, nem todos nascem com esse pensamento, mas a boa notícia centra-se no fato de haver a viabilidade de treinar e desenvolver essa qualidade. O intraempreendedorismo, por sua vez, se apresenta como uma ferramenta útil a esse processo.
Seja em ambiente acadêmico, treinamentos corporativos ou em programas de televisão, canais do YouTube ou outros veículos do universo digital, a temática virou objeto de destaque na sociedade atual. Essa ação, contudo, ainda proclama por maior relevância dentro e fora das instituições, apesar de já ser reconhecida em muitos lugares.
Qual é o papel do intraempreendedorismo?
O conceito foi criado por Gilford Pinchot há mais de três décadas e marcou o início de um novo cenário para as relações trabalhistas. Segundo o mentor da Aceleradora Bluefields Development e Inovativa Brasil Impacto, do Rio de Janeiro, Marcelo Bárcia, com a chegada da Internet comercial, muitas corporações adotaram estratégias em suas estruturas com enfoque na gestão pela qualidade e valorizaram esses perfis.
De acordo com o especialista, “a relação entre dirigentes e subordinados foi caracterizada no nível de ‘nós e eles’. Muitos ainda valorizam essa perspectiva, mas o desafio está em criar condições para o fortalecimento e consolidação de uma cultura de sintonia”. Embora alguns executivos tradicionais ainda insistam em se manter resistentes, a tendência é existir cada vez mais essas possibilidades dentro das firmas.
Bárcia destaca como a promoção de envolvimento sincero e pertencimento pode ser positivo; em seus dizeres: “minimizam-se questões de desgastes e assegura um sentimento de maior satisfação, inovação e produtividade. Assim, todos ganham”, complementa. Com isso, é possível incentivar a cooperação da equipe, apoiando as suas ideias e avaliando o seu potencial. É de se considerar também a maior liberdade e a concessão de uma atmosfera propícia.
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