Liderar uma equipe não é uma tarefa simples, afinal, trata-se de criar um relacionamento profissional com confiança e colaboração para mais de uma pessoa. Para isso, as habilidades técnicas não são as únicas a serem consideradas, pelo contrário, as soft skills, como competências comportamentais, são destaque para quem ocupa essa posição. As empresas com diversidade de público e cargos, como estágio e jovem aprendiz, precisam investir em gestores com alguns pré-requisitos obrigatórios, ou desenvolvê-los. Então, durante esta matéria, você confere as qualidades valorizadas além da formação acadêmica.
As pesquisas apontam para a valorização das habilidades comportamentais
O Nube fez uma investigação com 22.857 respondentes, na qual questionou se essa colocação em uma companhia é uma função fácil de ser executada. O resultado foi discrepante, com 92,53% discordando da indagação e apenas, aproximadamente 4,42% afirmando ser uma missão fácil. Isso deixa claro a complexidade desse papel e como ele precisa ir além da teoria e agir para ser harmonioso, resistente a cobranças e empático ao mesmo tempo, sem deixar de se conectar com a área.
De acordo com uma análise realizada em 2021, pela América Succeeds, ONG especializada em educação, baseada em mais de 80 milhões de anúncios de emprego em 22 setores do mercado, mostrou como dois terços dos cargos listaram soft skills entre as qualificações exigidas. Ao decorrer dessa mesma pesquisa, surgem outros dados para demonstrar a importância de desenvolver esses tópicos em função de comandar um setor. Segundo o instituto, existe um ranking de posições, as quais tem preferência por esse quesito. Os números apontam para 91% das vagas de gerência, 86% em operações comerciais e 81% dos empregos no setor de engenharia.
Os líderes precisam estar capacitados para repassar o conhecimento aos demais colaboradores
Existe muita gente novata no meio empresarial. Os estagiários, por exemplo, encaram a busca por uma primeira oportunidade para amadurecer na profissão. Nesse sentido, os ensinamentos vão desde aspectos técnicos como atribuições específicas até as atitudes, como a apresentação e outros elementos para construir o perfil profissional. “É importante os representantes não apenas esperarem essas competências por parte dos contratados, como também voltar atenção para as próprias capacitações. Isso porque, muitas vezes, elas determinam o bom desempenho dos demais ao seu redor”, aconselha o escritor de “Decisões de alto impacto”, Uranio Bonoldi.
Ao ponderar essa relevância mercadológica, Bonoldi, como especialista em negócios, aponta as principais aptidões, fora do campo formador, para ganhar a confiança do grupo e aprimoramento da organização:
- Boa comunicação: seja por e-mails, mensagens em aplicativos, telefonemas, ou conversas presenciais, saber transmitir ideias, estratégias, opiniões e orientações te tornará um profissional compreendido e respeitado. “Informar, com clareza as, pessoas sobre as tarefas a serem executadas e o propósito dos serviços oferecidos para um cliente, ou até mesmo, quais são as condições e benefícios de uma parceria, certamente evitará dores de cabeça futuras”, diz.
- Inteligência emocional: a competitividade no mundo dos negócios pode ser um desafio para quem tem pouca inteligência emocional, segundo o especialista. “Se a empresa em questão é uma paixão do gestor, algo pelo qual ele tenha um apego pessoal, é preciso tomar ainda mais cuidado. Quando nos deixamos levar pelas emoções, tendemos a tomar decisões equivocadas”, afirma. Na opinião de Bonoldi, é crucial saber analisar as situações com racionalidade, optando por estratégias embasadas em lógica, informações para uma boa avaliação de risco e experiência. Agindo por impulso, movido pela pressão, de forma emocional, pode ativar o gatilho do medo ou da insegurança e, assim, gerar resultados negativos.
- Boa liderança: para esse tópico, a atenção do público é fundamental. Então, em primeiro lugar, é preciso demonstrar autoconfiança no momento de replicar as informações, dar um feedback ou solicitar uma tarefa. “Já reparou como algumas pessoas têm um magnetismo pessoal para fazer os demais as ouvirem, acatarem as suas orientações e buscarem saber de suas opiniões? Essas indivíduos têm um senso de liderança, o qual todo gestor deveria ter”, diz Bonoldi. Dessa forma, quanto melhor for o histórico de boas estratégias e experiências nos negócios, melhor líder o gestor será.
- Bom planejamento: hoje, temos fácil acesso a referências e dados de diferentes tipos. Índices econômicos, pesquisas sobre tendências de consumo, notícias de todas as partes do mundo. Porém, tudo isso precisa ser organizado de maneira estratégica. “Não basta estar munido de referências, é necessário saber interpretá-las, transformá-las em conhecimento e aplicá-las nos negócios com inteligência”, afirma o especialista. O planejamento estratégico deve ser cuidadoso e equilibrado, considerando a variedade de fatores disponíveis. Só assim, os caminhos traçados podem oferecer menor risco de falhas. “Isso exige cuidado e também uma boa dose de criatividade, conectando noções, em um primeiro momento incompatíveis, para criar inovações únicas”, opina.
- Boas decisões: para o escritor, fazer boas escolhas é uma tarefa desafiadora em qualquer contexto na vida, mas ainda mais no mundo corporativo, onde os riscos geram hesitação. “As decisões de alto impacto, podem trazer grandes consequências para o agente decisor e para terceiros. Certamente, elas estão presentes no dia a dia de um dirigente. Por isso, é imprescindível ter e praticar bons métodos de tomada de decisão, de modo a diminuir as probabilidades de falha”. A tríade do pensamento lógico, estratégico e racional, leva as escolhas para condições seguras e assertivas. “Assuma a responsabilidade pelo seu propósito e não deixe outros decidirem por você”, finaliza o autor.
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