As histórias contadas sobre a criação do Dia Internacional da Mulher remetem a um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York, em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram queimadas. Sem dúvida, o incidente marcou a trajetória das lutas feministas, mas os eventos responsáveis pela criação da data são bem anteriores a esse acontecimento. Vamos conhecer?
No final do século 19, organizações femininas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos, em razão das longas jornadas de trabalho e salários miseráveis. A primeira comemoração foi em maio de 1908, no continente norte-americano, quando cerca de 1500 trabalhadoras manifestaram em prol da igualdade econômica e política. No ano seguinte, a data foi oficializada como sendo 28 de fevereiro.
Com a Primeira Guerra Mundial, surgiram ainda mais revoluções em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917, quando aproximadamente 90 mil proletárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, em um ato conhecido como "Pão e Paz". Assim, a data se consagrou, embora tenha sido oficializada apenas em 1921 pela Organização das Nações Unidas.
"O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as descriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinhas.
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